Oficina sobre «Práticas de animação da leitura e da escrita»

No âmbito do VI Encontro Leirimar, realizado nos dias 11 e 12 de julho de 2023, o educador, autor e formador Carlos Alberto Silva dinamizou uma oficina denominada «Páticas de animação da leitura e da escrita para professores, mediadores e contadores de histórias».
Tendo por objetivos «conhecer e experimentar técnicas de leitura / narração / animação e exploração pedagógica de histórias / livros infantis», a ação, com duas horas de duração, foi estruturada em três partes. Continuar a ler

A sessão de contos segundo Eileen Colwel

Hora do conto numa biblioteca infantil britânica.

Adaptar a história para ser contada oralmente
(Sobretudo as histórias demasiado longas e redigidas num estilo demasiado literário)
1 – Cortar os desenvolvimentos secundários da ação;
2 – Encurtar as partes demasiado descritivas;
3 – Por vezes, pode justificar-se um rearranjo da sequência dos acontecimentos ou até a adição de um novo acontecimento, em prol da clareza da narração;
4 – As frases repetitivas devem ser mantidas, porque convidam as crianças à participação;
5 – O final deve ser sempre breve (assim que se atinge o clímax as crianças tendem a perder o interesse). Continuar a ler

Análise do livro «Storytelling» de Eileen Colwell

Qualquer pessoa é um contador de histórias em potência, defende Eileen Colwell no seu livro «Storytelling», publicado pela primeira vez em 1980, no Reino Unido.
A autora, nascida em Yorkshire em 1904, foi bibliotecária, contadora de histórias, escritora de livros para crianças e fundadora do movimento das bibliotecas infantis em Inglaterra. Foi a primeira a criar no seu país uma biblioteca pública para crianças e a implementar a prática da «hora do conto», envolvendo as próprias crianças nas tarefas da biblioteca. Escreveu livros como “Princess Splendour”, “The Magic Umbrella” e outros, com contos redigidos especialmente para serem contados oralmente. Durante toda a sua vida profissional, defendeu o princípio de que «só o melhor é suficientemente bom para as crianças». Faleceu a 17 de Setembro de 2002, com 98 anos. Da sua longa experiência como contadora de histórias, que exerceu em muitos sítios do mundo onde se fala inglês, sintetizou os ensinamentos explanados nesta obra.
O livro está dividido em dez capítulos, antecedidos por um prefácio, a que se junta uma extensa lista de recursos bibliográficos para o contador de histórias – no final de cada um dos capítulos e no final da obra. Continuar a ler

Excelentes razões para ler com as crianças

Ouvir ler em voz alta, ler em conjunto, conversar sobre livros desenvolve a inteligência e a imaginação.
Os livros enriquecem o vocabulário e a linguagem.
As imagens, informações e ideias dos livros alargam o conhecimento do mundo.
Quem tem o hábito de ler conhece-se melhor a si próprio e compreende melhor os outros.
Ler em conjunto é divertido, reforça o prazer do convívio.
Os laços afectivos entre as crianças e os adultos que lhes lêem tornam-se mais fortes.
A leitura torna as crianças mais calmas, ajuda-as a ganhar autoconfiança e poder de decisão.

Conversar desde o berço

As seguintes orientações foram recolhidas do desdobrável «Conversar desde o berço. Dicas para os pais de actividades lúdicas favoráveis à comunicação dos filhos”, da autoria de Luísa Neiva Araújo, Maria do Céu Espinheira, Teresa Andrade, Fátima Pinto, do Centro de Saúde da Carvalhosa e Foz do Douro.

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Livros para crianças até aos 3 anos

De acordo com a psicolinguista e pedagoga Sylviane Rigolet, até aos 3 anos de idade, a criança precisa de adquirir conhecimentos básicos sobre as coisas e o vocabulário correspondente (substantivos, verbos, adjectivos). Só mais ou menos a partir dessa idade a criança tem a capacidade cognitiva de fazer comparações: gosta de saber coisas sobre animais, pessoas de diferentes países, como nascem, como vivem, o que comem, etc.; dá-se a emergência da numeracia (tamanhos, pesos, alturas, cores, etc.).
Só mais ou menos a partir dos 4 anos a criança manifesta a capacidade de fantasiar. Por isso, a escolha de livros para crianças com menos de 3 anos tem de ser muito criteriosa.

As suas características devem ser as seguintes:
– Ilustrações com imagens «fotográficas» e com cores reais (representação bidimensional da realidade envolvente);
– Tipo «ficheiro de imagens» em que cada imagem é uma «narrativa» (quase nunca há uma história);
– Retrata temas do quotidiano da criança (rotinas): comer, dormir, brincar, higiene, comunicação, afecto, etc.;
– A criança é o protagonista;
– Composições simples, com poucos elementos em cada página;
– Utilização de materiais resistentes (cartão, pano, plástico);
– Pode ter várias formas de abrir: da direita para a esquerda, para cima, para baixo, etc.;
– Pode integrar elementos de interacção táctil: vazamentos, texturas, dobras com elementos escondidos, velcro e botões (para os mais crescidos).

Atenção: devem evitar-se as discrepâncias culturais (sobretudo nos livros de autores estrangeiros): Natal na neve; casas de telhado «em bico», pequeno-almoço inglês, etc.

A leitura dialógica

O que é

A leitura dialógica é uma técnica de leitura partilhada e interactiva de livros de imagens com o objectivo de desenvolver as competências linguísticas das crianças, a partir do momento em que estas começam a dominar minimamente a linguagem (cerca dos 14 a 18 meses).

Durante o processo, o adulto e a criança trocam sucessivamente de papéis. Assim, a criança aprende a tornar-se o «contador», com a ajuda do adulto, que funciona como um «ouvidor» activo e um «perguntador».

A técnica desenvolve-se em duas etapas. Na primeira, utilizam-se estratégias para aquisição de vocabulário (substantivos, adjectivos e verbos). Na segunda, quando a criança adquiriu vocabulário suficiente e ganhou maior autonomia linguística, as estratégias destinam-se a desenvolver competências ao nível da frase. Continuar a ler